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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007



LISBOA - Praça do Município - entrada principal dos Paços do Concelho

O edifício dos Paços do Concelho, para além do seu valor arquitectónico e artístico, reflecte a imagem de Lisboa e de Portugal Liberal, Regenerador e Republicano. Importantes acontecimentos da nossa história, como a Proclamação da República em 5 de Outubro de 1910, ficaram profundamente associados a este edifício. Após o terramoto de 1755, durante a reconstrução pombalina foi construído o edifício dos Paços do Concelho no actual local onde se encontra, projecto de arquitectura este assinado pelo arquitecto Eugénio dos Santos Carvalho, que ficou completamente destruído devido a um incêndio a 19 de Novembro de 1863. Foi construído um novo edifício no mesmo local, entre 1865 e 1880, cuja obra decorreu com base num projecto arquitectónico da responsabilidade do então arquitecto camarário Domingues Parente da Silva, tendo o desenho do remate da fachada modificado por decisão do Engenheiro Ressano Garcia, responsável pelos Serviços Técnicos da Câmara, dando origem ao grande frontão clássico com decoração escultórica da autoria do escultor francês Anatole Calmels. No interior destaca-se a intervenção do arquitecto José Luís Monteiro, sobretudo na escadaria central, bem como a rica decoração pictórica a cargo de vários artistas, dos quais se salientam José Pereira Júnior (Pereira Cão), Columbano e Malhoa, revelando deste modo todo o edifício um conjunto destacado de intervenientes, tanto a nível arquitectónico e construtivo, como decorativo, apresentando uma estética e inovação de grande qualidade. A 7 de Novembro de 1996 um novo incêndio destruíu os pisos superiores, ficando afectados os tectos e pinturas do primeiro andar. Depois de avaliado o impacto do incêndio , foram tomadas opções quanto ao Plano Geral de Intervenção para a Recuperação do Edifício dos Paços do Concelho, conduzido pelo arquitecto Silva Dias. Num principio de fidelidade à tradição Histórica e Arquitectónica, no qual de optou por aproximar ao projecto inicial do Arquitecto Domingos Parente - retomando desta forma as raízes essenciais do projecto de arquitectura original do final do século passado e que vinha a ser abastardado por construções mais tardias nas décadas 30/40. Dois objectivos fundamentais pautaram esse plano, por um lado, restaurar as áreas nobres de reconhecido valor Histórico e Artístico e por outro, doar aos pisos já anteriormente vocacionados para o desempenho institucional, um perfil funcional e personalizado conciliando o acesso e a utilização de parte desses espaços pelo munícipe, numa relação de aproximação da Cidade, através deste seu edifício emblemático, ao seu Cidadão.Desafiando a criatividade de alguns dos mais notáveis arquitectos e artistas de Lisboa, fazendo do edifício dos Paços do Concelho um exemplo de diálogo entre o Património Histórico e Arquitectónico e a criação artística arquitectónica contemporânea, foram convidados os arquitectos João de Almeida, Manuel Tainha, Nuno Teotónio Pereira, professor Daciano Costa e os artistas Sá Nogueira, Fernando Conduto, Maria Velez, Helena Almeida, Pedro Calapez, Jorge Martins, tendo também sido alguns artistas plásticos convidados a intervir ao nível do exterior, ficando Eduardo Nery a cargo do arranjo de superfície da praça e Jorge Vieira para as esculturas. Os Paços do Concelho, são assim uma obra do arquitecto Domingos Parente da Silva, do escultor Calmels, do arquitecto José Luís Monteiro, Columbano Bordalo Pinheiro, Pereira Cão, Malhoa, entre outros, aos quais se juntaram os nomes daqueles que com respeito pela obra dos seus antecessores e com a mesma sensibilidade e cultura, tornaram não só possível o restauro das obras de arte danificadas, das pinturas, dos estuques, das cantarias e da estatuária, mas também o surgimento de uma nova arquitectura que agora incorpora e valoriza o edifício.
Estes e outros dados podem ser encontrados aqui:

1 comentário:

Anónimo disse...

Todos os 2º e 4º domingos de cada mês sempre às 11 horas sem necessidade de marcação. É só chegar e aguardar. Vale a pena ir e levar a familia e os amigos.